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Quem pode ser o novo papa? Saiba quem são alguns favoritos no conclave; entre eles há um brasileiro

Conclave entra em dia que pode ser decisivo nesta quinta-feira (8). Leonardo Steiner aparece como um dos cardeais cotados a virar o novo papa.

O conclave que vai escolher o novo papa entra no segundo —e talvez decisivo— dia nesta quinta-feira (8), no Vaticano. A votação reúne 133 cardeais com menos de 80 anos. Na lista de favoritos para vencer a eleição estão italianos, um americano e até mesmo um brasileiro.

A disputa pela liderança do catolicismo ocorre em meio à expectativa sobre os rumos da instituição após o papado de Francisco. Nos últimos 12 anos, o pontífice ficou conhecido por promover reformas, além de ter se aproximado minorias e ter feito uma Igreja mais voltada aos pobres.

Francisco morreu no dia 21 de abril, aos 88 anos. Desde então, a Igreja está no período de Sé Vacante, ou seja, sem um papa. A expectativa é que um novo líder seja eleito entre esta quinta e sexta-feira.

Os favoritos ao cargo máximo da Igreja Católica representam uma diversidade de regiões e correntes internas: há nomes ligados ao legado de Francisco, com postura mais progressista, e também figuras de perfil mais conservador.

Conclave: uso da fumaça como sinal do resultado tem história na Igreja; ciência explica coloração — Foto: Reprodução/TV Globo

Confira a seguir alguns nomes.

Jean-Marc Aveline, França

Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha, francês, 66 anos — Foto: Vaticano/Divulgação

Jean-Marc Aveline é conhecido em alguns círculos católicos como “João XXIV”, em referência à sua semelhança com João XXIII, o papa reformador de rosto redondo do início dos anos 1960.

Aveline é conhecido por sua natureza simples e descontraída, sua facilidade para fazer piadas e sua proximidade ideológica com Francisco, especialmente em relação à imigração e às relações com o mundo muçulmano.

Ele também é um intelectual sério, com doutorado em teologia e graduação em filosofia.

O arcebispo nasceu na Argélia em uma família de imigrantes espanhóis que se mudaram para a França após a independência da Argélia, e viveu a maior parte de sua vida em Marselha.

Sob o comando de Francisco, Aveline fez grandes progressos na carreira, tornando-se bispo em 2013, arcebispo em 2019 e cardeal três anos depois.

O nome dele foi impulsionado em setembro de 2023, quando organizou uma conferência internacional da Igreja sobre questões mediterrâneas, na qual o papa Francisco foi o convidado principal.

Se assumisse o cargo máximo, Aveline se tornaria o primeiro papa francês desde o século 14, um período turbulento em que o papado se mudou para Avignon. Ele também seria, aos 66 anoso papa mais jovem desde João Paulo II.

Péter Erdő, Hungria

Cardeal Peter Erdo, húngaro, 72 anos — Foto: Vatican News/Divulgação

Erdő, de 72 anos, já era um dos candidatos ao pontificado no conclave de 2013, graças aos seus amplos contatos com a Igreja na Europa e na África. Ele também se destaca por ser visto como um pioneiro do movimento da Nova Evangelização para reacender a fé católica em nações avançadas secularizadas — uma prioridade para muitos cardeais.

O religioso é considerado conservador em teologia e, em discursos por toda a Europa, enfatiza as raízes cristãs do continente. No entanto, também é visto como pragmático e nunca entrou em conflito abertamente com Francisco, ao contrário de outros clérigos de mentalidade tradicional.

Apesar disso, Erdő causou surpresa no Vaticano durante a crise migratória de 2015, quando foi contra o apelo do papa Francisco para que as igrejas acolhessem refugiados, dizendo que isso equivaleria a tráfico de pessoas — aparentemente se alinhando com o primeiro-ministro nacionalista da Hungria, Viktor Orban.

No entanto, após uma audiência com Francisco, ele mudou de opinião e passou a defender os refugiados.

Especialista em direito canônico, Erdő teve uma trajetória acelerada durante toda a sua carreira, tornando-se cardeal quando tinha apenas 51 anos, o que o tornou o membro mais jovem do Colégio dos Cardeais até 2010.

Anders Arborielus, Suécia

Anders Arborielus, Suécia — Foto: Vaticano

Primeiro cardeal escandinavo da história, Anders Arborelius é bispo de Estocolmo, a única diocese católica da Suécia. Nascido em Sorengo, na Suíça, e criado na capital sueca, converteu-se ao catolicismo aos 20 anos e ingressou na Ordem dos Carmelitas Descalços. Foi nomeado bispo por João Paulo II e elevado ao cardinalato por Francisco, que o descreveu como “um guia que não teme nada, que não é contra ninguém e sempre busca o lado positivo”.

Aos 75 anos, tem formação em línguas e perfil pastoral voltado para os imigrantes, que hoje representam a maioria dos católicos na Suécia. Arborelius é defensor do acolhimento aos estrangeiros e crítico da xenofobia, em sintonia com o atual pontífice. Também é engajado em causas ambientais e participa de diversos dicastérios (secretarias do governo) da Cúria Romana.

Apesar de manter posições conservadoras em temas como o celibato sacerdotal e a ordenação de mulheres, é reconhecido por seu tom conciliador. Recentemente, afirmou que o próximo Papa deve ser alguém capaz de promover reconciliação, curar feridas do ódio e conduzir a Igreja a um encontro mais profundo com a fé.

Leonardo Ulrich Steiner, Brasil

Steiner tem 74 anos. Natural de Forquilhinha (SC), foi considerado pelo Vaticano o primeiro cardeal da Amazônia.

Estudou Filosofia e Teologia no convento dos Franciscanos de Petrópolis e é bacharel em Filosofia e Pedagogia pela Faculdade Salesiana de Lorena. Também é doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma.

Foi ordenado sacerdote em janeiro de 1978, em Forquilhinha. Após isso, por causa da formação em Pedagogia, atuou em vários projetos de educação. Entre 1999 e 2003, foi secretário-geral do Pontifício Ateneu Antoniano, em Roma. Ao voltar ao Brasil, foi nomeado vigário da Paróquia do Senhor Bom Jesus, em Curitiba.

Em fevereiro de 2005, foi nomeado bispo pelo Papa João Paulo II e assumiu a Prelazia de São Félix do Araguaia (MT). Em 2011, foi eleito secretário-geral da CNBB e, no mesmo ano, nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese de Brasília pelo Papa Bento XVI.

Em 2019, tornou-se arcebispo de Manaus e, três anos depois, foi criado cardeal pelo papa Francisco.

Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/05/08/quem-pode-ser-o-novo-papa-saiba-quem-sao-os-favoritos-no-conclave-entre-eles-ha-um-brasileiro.ghtml

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