Nesta edição, o Prêmio Breakthrough reconheceu a importância e o impacto de descobertas vindas de 15 projetos de pesquisa. Conheça quem foram os premiados.
Considerado o “Oscar” da ciência, o Prêmio Breakthrough homenageia cientistas que fizeram avanços significativos em seus respectivos campos durante o último ano. Além do título, a honraria ainda concede aos vencedores um valor em dinheiro, que varia de acordo com o tipo de conquista reconhecido, mas pode chegar a até US$ 3 milhões (cerca de R$ 17,3 milhões) por projeto.
Na edição de 2025, foram concedidos seis Breakthrough Prizes de US$ 3 milhões nas áreas de Ciências Biológicas, Física Fundamental e Matemática. Além de seis láureas New Horizons Prizes de US$ 100 mil (R$ 578 mil) para especialistas em início de carreira e três Maryam Mirzakhani New Frontiers Prize de US$ 50 mil (R$ R$ 289 mil), para pesquisadores que acabaram de defender seus doutorados.
A entrega dos prêmios ocorreu no último sábado (5), em Santa Monica, nos Estados Unidos. A cerimônia foi apresentada pelo ator James Corden e contou com performances de entretenimento, bem como discursos críticos ao corte de investimentos na ciência pelos Estados Unidos, medida liderada por Donald Trump e seu “braço direito” Elon Musk.
Conheça todos os vencedores do Prêmio Breakthrough de 2025:
Prêmio Breakthrough de Ciências Biológicas
Daniel J. Drucker, Joel Habener, Jens Juul Holst, Lotte Bjerre Knudsen e Svetlana Mojsov compartilharam o Prêmio Breakthrough em Ciências Biológicas. As contribuições desses cinco cientistas levaram a medicamentos altamente eficazes para diabetes e obesidade, inaugurando uma nova era de medicamentos GLP-1 para distúrbios cardiometabólicos – e perda de peso, claro.
Stephen L. Hauser e Alberto Ascherio dividem o Prêmio Breakthrough em Ciências Biológicas. Os dois pesquisadores transformaram a compreensão e o tratamento da esclerose múltipla (EM), doença neurodegenerativa na qual o sistema imunológico ataca a proteína que reveste as fibras nervosas.
Já David R. Liu recebeu o Prêmio Breakthrough em Ciências Biológicas por desenvolver duas tecnologias de edição genética poderosas e amplamente utilizadas. Essas tecnologias são máquinas moleculares projetadas que corrigem mutações em nosso DNA que causam doenças genéticas em pacientes. Mais importante, elas não exigem o corte da dupla hélice do DNA e, portanto, levam a menos resultados indesejados.
Prêmio Breakthrough de Física Fundamental
O Prêmio Breakthrough em Física Fundamental foi concedido a 13.508 coautores de mais de 70 países que representam quatro colaborações experimentais no Grande Colisor de Hádrons (LHC) do CERN – ATLAS, CMS, ALICE e LHCb. Os experimentos são reconhecidos por testar a teoria moderna da física de partículas – o Modelo Padrão – e outras teorias que descrevem a física que pode estar além dela com alta precisão.
O dinheiro do prêmio será usado pelas colaborações para oferecer bolsas para estudantes de doutorado de institutos membros para passar tempo de pesquisa no CERN. Lá, eles poderão, dentre outras coisas, estudar o campo de Higgs, sondar as interações de partículas extremamente raras e estados exóticos da matéria que existiam nos primeiros momentos do Universo, descobrir mais de 72 novos hádrons e medir diferenças sutis entre partículas de matéria e antimatéria.
Prêmio Breakthrough de Matemática
Dennis Gaitsgory ganhou o Prêmio Breakthrough em Matemática por seu papel central na prova da conjectura geométrica de Langlands. O programa Langlands é um amplo programa de pesquisa que abrange vários campos da matemática. Ele surgiu de uma série de conjecturas propondo conexões precisas entre conceitos matemáticos aparentemente distintos.
Prêmio Especial Breakthrough em Física Fundamental
Gerard ‘t Hooft, vencedor do Prêmio Especial Breakthrough em Física Fundamental, é um dos físicos teóricos mais importantes do mundo. No início da década de 1970, ele fez contribuições cruciais para as fundações do que mais tarde seria conhecido como o Modelo Padrão das partículas subatômicas.
Prêmio New Horizons
- Em física atômica, Waseem Bakr criou microscópios de gás quântico que podem obter imagens de átomos individuais confinados em uma rede óptica, avançando o estudo de sistemas quânticos fortemente interativos;
- Em informação quântica, um campo na intersecção fértil de física, matemática e ciência da computação, Jeongwan Haah desenvolveu modelos de sistemas quânticos emergentes, cujas aplicações potenciais incluem computação quântica; e
- Em astronomia, Sebastiaan Haffert, Rebecca Jensen-Clem e Maaike van Kooten projetaram e habilitaram novas técnicas para óptica adaptativa extrema, que compensam os efeitos da atmosfera da Terra na luz que atinge os telescópios terrestres.
Prêmio New Horizons em Matemática
- Ewain Gwynne é reconhecido por seu trabalho em probabilidade conforme, que estuda objetos probabilísticos como curvas e superfícies aleatórias;
- John Pardon produziu uma série de resultados importantes em geometria e topologia, particularmente no campo da geometria e curvas pseudo-holomórficas, que são certos tipos de superfícies suaves em variedades; e
- Sam Raskin desempenhou um papel significativo no grande progresso recente no programa geométrico de Langlands, incluindo a prova final da conjectura geométrica de Langlands na característica 0.
Prêmio Maryam Mirzakhani New Frontiers
- Si Ying Lee encontrou uma nova abordagem para um problema importante no programa Langlands, conseguindo reduzi-lo a um problema local;
- Rajula Srivastava fez progressos em uma área desafiadora na intersecção da análise harmônica e da teoria dos números. Seu trabalho se concentra em limitar o número de pontos de rede que se pode encontrar perto de uma determinada superfície lisa, com aplicações importantes para a aproximação diofantina em dimensões superiores;
- Ewin Tang inventou algoritmos de computação quântica para aprendizado de máquina. Ela também provou que certos cálculos, que os algoritmos quânticos eram amplamente considerados exponencialmente mais rápidos para resolver, podem realmente ser resolvidos em tempo comparável por um computador não quântico.
